* A resolução do enigma da medida constitui o ponto fulcral através do qual Agostinho alcança a caracterização definitiva do tempo humano, retomando a problemática da mensuração no estágio em que esta fora suspensa para afirmar que a medição dos tempos ocorre enquanto estes transcorrem, ou seja, como *praetereuntia*; contudo, esta asserção, reiterada com a convicção de que não se pode medir o que não existe, transmuta-se imediatamente em aporia, visto que o que passa é o presente e, conforme (…)
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Agostinho
Agostinho de Hipona (354-430)
Matérias
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Ricoeur (TR1) – A medida do tempo
26 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro -
Ricoeur (TR1) – O livro XI das Confissões de Agostinho
26 de novembro, por Murilo Cardoso de CastroA antítese principal em torno da qual nossa reflexão girará encontra sua expressão mais aguda no final do livro XI das Confissões de Santo Agostinho. Duas características da alma humana são confrontadas, às quais o autor, com seu gosto marcado por antíteses sonoras, dá o nome de intentio e distentio animi. É esse contraste que compararei posteriormente com o do mythos e da peripeteia em Aristóteles.
Duas observações preliminares devem ser feitas. Primeira observação: começo a leitura do (…) -
Ricoeur (TR1) – O contraste da eternidade
26 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro* A objeção crítica contra a leitura fragmentada do livro XI das *Confissões*, que isolaria artificialmente as seções analíticas da grande meditação sobre a eternidade, permanece válida e exige superação, uma vez que a tese de que o tempo reside na alma e nela encontra seu princípio de medida (*distentio animi*), embora possua autonomia suficiente para responder às aporias internas do ceticismo sobre a mensurabilidade do tempo, carece ainda do sentido pleno que somente o contraste com a (…)
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Ricoeur (TR1) – Aporia do ser e do não-ser do tempo
26 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro* A noção de *distentio animi*, conjugada à de *intentio*, emerge de maneira paulatina e laboriosa a partir da aporia fundamental que ocupa o espírito de Agostinho, a saber, a mensuração do tempo, a qual se inscreve num círculo aporético ainda mais originário referente ao ser ou não-ser do tempo, visto que somente aquilo que possui ser é passível de medida. A fenomenologia do tempo origina-se, portanto, no interior de uma interrogação ontológica explícita sobre a natureza do tempo (*quid est (…)