(Frye1947)
Derivamos da experiência sensorial o poder de visualizar... não visualizamos de forma independente dos sentidos... Mas o que vemos aparecer diante de nós na tela não é uma reprodução da memória ou da experiência sensorial, mas uma nova e independente criação. O "visionário" é aquele que passou pela visão e alcançou o imaginário, nunca o que evitou ver, que não se treinou para ver claramente ou que generaliza entre suas memórias visuais acumuladas... Visualizar, portanto, é (…)
Página inicial > Palavras-chave > Autores e Obras > Frye
Frye
Frye, Northrop (1912-1991)
Matérias
-
Northrop Frye – Visualizar é realizar
27 de março, por Murilo Cardoso de Castro -
Northrop Frye – Percepção, ato mental
27 de março, por Murilo Cardoso de Castro(Frye1947)
Utilizamos cinco sentidos na percepção, mas se usássemos quinze, ainda teríamos apenas uma única mente. O olho não vê: o olho é uma lente para a mente observar através dela. A percepção, então, não é algo que fazemos com nossos sentidos; é um ato mental. Contudo, é igualmente verdadeiro que as pernas não andam, mas que a mente faz as pernas caminharem. Portanto, não pode haver distinção entre atos mentais e corporais... A única objeção a chamar atividades como digestão ou (…) -
Northrop Frye – Memórias sombrias, espectros
27 de março, por Murilo Cardoso de Castro(Frye1947)
A reflexão sobre a sensação está preocupada apenas com a mera memória da sensação, e Blake sempre se refere à reflexão de Locke como "memória". A memória de uma imagem deve sempre ser inferior à percepção da imagem. Assim como é impossível fazer um retrato de memória tão bem quanto da vida, também é impossível que uma ideia abstrata seja mais do que uma ideia subtraída, uma pós-imagem vaga e nebulosa... A "reflexão" de Locke é projetada para afastar o sujeito do objeto, (…) -
Northrop Frye (SS) – Universo mitológico
28 de maio, por Murilo Cardoso de CastroFryeSS
O universo mitológico tem dois aspectos. Em um aspecto, é a parte verbal da própria criação do homem, o que chamo de escritura secular; não há dificuldade quanto a esse aspecto. O outro é, tradicionalmente, uma revelação dada ao homem por Deus ou outros poderes além dele mesmo. Esses dois aspectos nos levam de volta à imaginação e à realidade de Wallace Stevens. A realidade, lembramos, é alteridade, a sensação de algo que não somos nós mesmos. Naturalmente pensamos no outro como a (…) -
Northrop Frye – Literatura pertence ao mundo
27 de março, por Murilo Cardoso de Castro(NFIE)
O ponto simples é que a literatura pertence ao mundo que o homem constrói, e não ao mundo que ele vê; pertence ao seu lar, e não ao seu ambiente. O mundo literário é um mundo humano concreto de experiência imediata. O poeta usa muito mais imagens, objetos e sensações do que ideias abstratas; o romancista se preocupa em contar histórias, não em estruturar argumentos. O mundo da literatura é humano em sua forma: é um mundo onde o sol nasce a leste e se põe a oeste por sobre a borda de (…) -
Northrop Frye – Nota sobre o misticismo de Blake
23 de novembro, por Murilo Cardoso de CastroA palavra "místico" jamais trouxe outra coisa senão confusão ao estudo de Blake e, em minha preocupação de impedir que tal termo desorganizasse este livro, iniciei por conceder, como espécie de lance de abertura, a atitude convencional do místico em relação ao artista, considerado o místico imperfeito que não consegue desprender-se inteiramente do mundo sensível. Mas disso não se segue que eu esteja disposto a permitir que o místico convencional permaneça de posse do campo.
O significado (…) -
Northrop Frye – A Integridade da Arte e a Visão Arquetípica em William Blake
25 de abril, por Murilo Cardoso de Castro##### A Natureza da Arte e a Dicotomia Forma-Instrução * A argumentação sobre se a arte é completa em si mesma ou se sugere algo além, se é pura forma ou um guia para uma vida melhor, deleite amoral ou instrução ornamental, é tratada por Blake como ele trata todas as questões divididas por uma ficção fendida, pois para ele tal dilema inexiste: se fosse possível deleitar sem instruir, não haveria diferença qualitativa entre pintar o teto da Capela Sistina e recortar bonecos de papel; se fosse (…)
-
Northrop Frye – Quanto mais unificada for a percepção...
27 de março, por Murilo Cardoso de Castro(Frye1947)
Portanto, se a existência está na percepção, a árvore é mais real para o homem sábio do que para o tolo. Da mesma forma, é mais real para o homem que joga toda a sua imaginação por trás de sua percepção do que para o homem que cautelosamente tenta podar diferentes características dessa imaginação e isolar uma. Quanto mais unificada for a percepção, mais real será a existência. Blake diz: "‘O quê,’ será Perguntado, ‘Quando o Sol nasce, você não vê um disco redondo de fogo algo (…) -
Northrop Frye – Experiência sensorial
27 de março, por Murilo Cardoso de Castro(Frye1947)
A experiência sensorial em si é um caos e deve ser empregada ativamente pela imaginação ou passivamente pela memória. A primeira é um método deliberado, e a última um método aleatório de criar uma forma mental a partir da experiência sensorial. O homem sábio escolherá o que quer fazer com suas percepções, assim como escolherá os livros que deseja ler, e suas percepções, portanto, serão carregadas de um significado inteligível e coerente... Torna-se, então, óbvio que o produto da (…)