SIMBOLISMO — LITERATURA — GIL VICENTE (1465 — 1536)
Quando se fala de GIL VICENTE, não se dá, em geral, a devida importância ao fato de Lisboa ofuscar todas as cortes de Europa ao tempo em que GIL VICENTE compôs as suas obras, uma realidade provocada pela maior epopéia marítima que a Humanidade já viveu — a viagem de Gama à procura de pimenta e cristãos. GIL VICENTE apresenta-nos uma sociedade real e não imaginária. A sua obra assenta não em imagens ou sofismas, mas num mundo sólido e (…)
Excertos de obras literárias, cênicas e gráficas, além de crítica literária, com foco no imaginal mitográfico, lendário e fantástico.
Matérias mais recentes
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Gil Vicente
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de Castro -
Dalila Pereira: Gil Vicente
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroExcertos de "Místicos Portugueses do Século XVI", Dalila L. Pereira da Costa. Lello & Irmão, 1986.
E será ainda a mesma espiritualidade franciscana, a que informará a obra de Gil Vicente, e a unirá também a esses poetas. Em toda a sua mensagem, avultará esse mesmo cântico de louvor à natureza, essa íntima união com ela, a devoção à Virgem, ao Menino, a Cristo Crucificado, o ideal de soledade e contemplação, o louvor da pobreza e humildade, a refutação de qualquer saber puramente (…) -
Gil Vicente: Todo-Mundo e Ninguém
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroAdaptação de Carlos Drummond de Andrade
Ninguém: Qual o seu nome, cavalheiro?
Todo-Mundo: Eu me chamo Todo-Mundo e todo meu tempo busco dinheiro, e sempre nisso me fundo.
Ninguém: Eu me chamo Ninguém e busco a Consciência.
Belzebu: Eis uma boa experiência: Dinato, escreve isto bem.
Dinato: Que escreverei, Companheiro?
Belzebu: Que Ninguém busca consciência e Todo-mundo dinheiro.
Ninguém: E agora que buscas lá?
Todo-Mundo: Busco honra muito grande
Ninguém: Eu, virtude, que (…) -
Dürer: Melancolia
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroExcertos de Serge Hutin, "Tradição Alquímica"
O pequeno sinal que se insere, no cartão, entre a palavra Melencolia e o I é formado de duas espirais opostas pelo eixo vertical e reunidas por um losango curvilíneo, marcado, por sua vez, por um ponto central. Não seria, acaso, lícito ver na reunião — por certo proposital — desses detalhes, o símbolo particular de uma das fraternidades iniciáticas às quais pertencia o artista?
Por outro lado, a filiação de Dürer aos Maçons Operativos está (…) -
Panofsky: Dürer - Morte de Orfeu
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroUm desenho também datado de 1494 e de caráter igualmente mantegnesco representa a Morte de Orfeu de acordo com a versão ovidiana. Mostra como o grande cantor foi morto pelas mulheres da Trácia por ter introduzido em sua terra o vício da pederastia. Ilustrações anteriores desse incidente na arte do norte retratam a punição e o pecado (que Dürer apenas indicou por meio de uma inscrição direta). Mas enquanto uma imagem como a xilogravura da Ovide Moralise de Colard Mansion de 1484 nos parece (…)
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Panofsky Dürer
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroERWIN PANOFSKY — SATURNO E MELANCOLIA
VIDE: DÜRER
A Melancolia em Conrad Celtes. A gravura de Dürer para os Quattuor Libri amorum de Celtes. A doutrina dos temperamentos nos escritos de Dürer
A gravura Melancholia IO pano de fundo histórico de Melancholia IMotivos tradicionaisA Bolsa e as ChavesO motivo da Cabeça inclinadaO Punho cerrado e a Face sombriaAs imagens tradicionais na composição da gravuraIlustrações da doençaOs ciclos ilustrados dos Quatro TemperamentosFiguras descritivas (…) -
Rougemont Eros Agape
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroDenis Rougemont — O Amor e o Ocidente
EROS OU O DESEJO SEM FIM (Platonismo, druidismo, maniqueísmo) Em Fedro e O Banquete, Platão fala de um furor que vai do corpo à alma para perturbá-la com humores malignos. Não é o amor que ele louva. Mas há outra espécie de furor, ou de delírio, que não se engendra sem a intervenção de alguma divindade, nem se cria na alma a partir de nós mesmos: é uma inspiração inteiramente estranha, uma atração que age externamente, um arrebatamento, um rapto (…) -
Denis de Rougemont (1906-1985)
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroEscritor suíço que se notabilizou por um estudo sobre o amor no Ocidente, O AMOR E O OCIDENTE (DRAmor), que se consagrou como referência no século XX. De sua tradução abreviada da obra original em francês, estaremos apresentando alguns extratos abaixo.
Atendendo à sugestão de meu editor inglês — que, por um acaso que muito me honra, é T. S. Eliot — decidi empreender a revisão desta obra.
Três lustros se passaram desde sua publicação, e também uma guerra e muitas experiências que (…) -
Burckhardt (CMST) – esferas celestiais na visão de Dante
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroYa hemos dicho que las condiciones de ser o de conciencia correspondientes a los siete cielos planetarios pertenecen al mundo de la materia sutil o psíquica; en realidad, los diversos movimientos de los planetas demuestran que debe tratarse aún de un mundo condicionado por la forma. Para ser más exactos, las condiciones así representadas son de tipo tanto psíquico como espiritual; son como una extensión del Espíritu divino al campo de la psique, o como una ascensión de la psique al campo del (…)
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Burckhardt (CMST) – Reflexões sobre a Divina Comédia de Dante
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroQuien considere a la Divina Comedia de Dante como una pura fantasía poética, en realidad no la comprende del todo, y quien la vea como una construcción conceptual envuelta en ropaje poético no le hace justicia. Dante no es un gran poeta, «a pesar de su filosofía»; es un gran poeta en virtud de su visión espiritual que, precisamente porque abarca más de cuanto se pueda imaginar en un principio, condiciona tanto el sentido como la forma de la obra. Está en la naturaleza del arte sacro el ser a (…)