##### A Leitura do Romance e a Experiência Vicária da Existência
* O romance moderno, ao interrogar a totalidade da experiência humana, inevitavelmente perscruta o próprio ato de ler romances, convidando à meditação sobre como a leitura ou a ausência dela moldam a vida, o pensamento e os atos das personagens, tal como exemplificado fundacionalmente por Dom Quixote, cuja trama gira em torno da leitura de obras de cavalaria, e desdobra-se subsequentemente em obras de Stendhal, onde a (…)
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Hermenêutica
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Jean-Louis Chrétien – A exposição do íntimo no romance moderno
28 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro -
Timothy Clark – Superando a estética: Dichtung heideggeriana
28 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro##### A Crítica à Estética e a Análise da Representação Cartesiana
* Embora a categoria estética denominada literatura seja relativamente moderna, a história da interpretação das artes das letras transformou-se dentro das possibilidades lógicas abertas pelo conceito de mimesis, sendo evidente que o literário constitui uma imitação de algum tipo, seja da realidade, de ideias, de emoções ou de si mesmo, contudo, antes de examinar essa concepção, faz-se necessário distinguir mimesis de (…) -
Brian Stock – Aprendendo a ler
28 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro* **A Aprendizagem da Leitura, a Memória e a Infância** * A narrativa de Agostinho sobre sua experiência como leitor inicia-se com uma oração e uma reconstrução analítica de como aprendeu a falar, introduzindo temas centrais das Confissões como linguagem, memória, tempo, pecado e ascensão espiritual, estabelecendo a confissão simultaneamente como um ato de louvor a Deus e uma obra de literatura dirigida aos humanos. * A origem da capacidade de falar e a composição do discurso (…)
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Brian Stock – Introdução a "Depois de Agostinho"
28 de novembro, por Murilo Cardoso de CastroDurante a Antiguidade tardia e a Idade Média, os exercícios espirituais que estavam associados ao autoaperfeiçoamento eram normalmente baseados em extensos períodos de leitura e meditação. Como consequência, a reformulação dos valores éticos nesses exercícios tornou-se parte da experiência interior do sujeito. O presente volume é uma exploração desse tema.
A figura que aparece com maior frequência nestas páginas é Agostinho de Hipona. Isso é compreensível, pois ele é o escritor mais (…) -
Pierre-Jean Labarrière – Formas do Imaginário
28 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro##### Introdução à Dialética entre Interioridade e Exterioridade
* A definição conceitual de figura e das formas do imaginário não deve ser apresentada preliminarmente como uma estrutura a priori da consciência, sob o risco de sugerir uma superdeterminação da interioridade subjetiva, como se a esta coubesse, por uma potência imaginativa autônoma, submeter e produzir a exterioridade; para garantir a equivalência entre as dimensões da realidade e honrar a birreflexividade entre interior e (…) -
Pierre-Jean Labarrière – A condição e a medida
28 de novembro, por Murilo Cardoso de CastroFundamentação filosófica da condição e da medida na determinação dos objetos espirituais * O mundo, na pluralidade das suas formas, constitui uma homenagem às potencialidades evidenciadas por uma lógica fundamental e pela sua potência germinativa, onde a figura de espaço e de tempo justifica o princípio ao mostrá-lo em ação no corpo histórico que este atribui a si mesmo. * Dois conceitos articulados entre si, condição e medida, determinam este espaço e este tempo advindos e sempre em ato de (…)
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Pierre-jean Labarrière – Do espaço e do tempo
28 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro##### A problemática da intemporalidade e a mediação da figura
* Se o estilo do pensamento se situa como um termo médio entre uma lógica fundamental e a pluralidade das figuras, sendo comandado pelo movimento que reconduz a essência e seu gesto originário através das etapas de categorizações singularizantes até o múltiplo das determinações históricas, torna-se inevitável questionar o estatuto do espaço e do tempo dentro deste paradoxo que relaciona interioridade e exterioridade, uma vez (…) -
René Alleau – O Mito e o Ritual
28 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro* O vocábulo mito encerra dois significados principais que geralmente se opõem, oscilando entre a noção de fábula ou ficção e a de modelo exemplar ou revelação primordial de origem supra-humana transmitida por uma tradição sagrada, sendo que, conforme lembrado anteriormente, desde Xenofanes e da sua crítica à mitologia de Homero e Hesiodo, a dessacralização progressiva da cultura grega esvaziou pouco a pouco o mythos de todo o conteúdo supra-humano de ordem iniciática, religiosa ou (…)
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Schürmann (1996:12-14) – nossa adição fantasmática
28 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro“Ali, aquela montanha! Ali, aquela nuvem! O que há de “real” nisso? Subtraiam apenas o fantasma e toda a adição humana, seus sóbrios! Se ao menos vocês pudessem!” [F. Nietzsche, Gaia Ciência, II-57]
Subtrair o fantasma para que apenas essa montanha, essa nuvem, permaneça, parece que não podemos. Nas análises que se seguem, tomo Nietzsche literalmente: com o fantasma, o “real” desaparece para nós. Então, o que está em jogo na “adição” fantasmática e em qualquer subtração sóbria? Poderia ser (…) -
René Alleau – A Advinhação e a interpretação simbólica do cosmos
28 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro##### A HERMENÊUTICA ORACULAR E ADIVINHATÓRIA
* A universalidade da interpretação da língua dos deuses manifesta-se em todas as tradições religiosas e iniciáticas, exigindo que a casta sacerdotal atue como um órgão mediador fundamental entre a humanidade e as divindades, investida da autoridade para reunir, conservar e explicar instruções, avisos e presságios, uma função que reflete historicamente a estratificação e a especialização das atividades de culto, embora remonte a uma herança (…)