Encontramos, pois, entre a articulação interna do Cuidado [Sorge] e a triplicidade do tempo uma relação quase kantiana de condicionalidade. Mas o “tornar-possível” heideggeriano difere da condição kantiana de possibilidade, pelo fato de que o próprio Cuidado possibilita toda a experiência humana.
Roberto Leal Ferreira
É só, como dissemos, no final do capítulo III da segunda seção, §§ 65-66, que Heidegger trata tematicamente da temporalidade em sua relação com o Cuidado. Nessas páginas, (…)
Página inicial > Hermenêutica
Hermenêutica
-
Ricoeur (1985:102-105) – A temporalização: por-vir, ter-sido, tornar-presente
1º de julho de 2023 -
Gadamer (VM2) – Estrutura da Obra
24 de junho de 2023Índice original da obra e algumas versãos
Original
I. Zur Einführung
1. Zwischen Phänomenologie und Dialektik – Versuch einer Selbstkritik
II. Vorstufen
2. Das Problem der Geschichte in der neueren deutschen Philosophie (1943)
3. Wahrheit in den Geisteswissenschaften (1953)
4. Was ist Wahrheit? (1957)
5. Vom Zirkel des Verstehens (1959)
6. Die Natur der Sache und die Sprache der Dinge (1960)
7. Begriffsgeschichte als Philosophie (1970)
8. Klassische und philosophische (…) -
Gadamer (VM1) – Estrutura da Obra
24 de junho de 2023Índices do original e de algumas traduções
Original
Einleitung
Erster Teil - Freilegung der Wahrheitsfrage an der Erfahrung der Kunst
I. Die Transzendierung der ästhetischen Dimension
1. Bedeutung der humanistischen Tradition für die Geisteswissenschaften
a) Das Methodenproblem
b) Humanistische Leitbegriffe
α) Bildung
β) sensus communis
γ) Urteilskraft
δ) Geschmack
2. Subjektivierung der Ästhetik durch die Kantische Kritik
a) Kants Lehre von Geschmack und Genie (…) -
Ricoeur (1977) – Compreender-se diante da obra
22 de junho de 2023Gostaria de considerar uma quarta e última dimensão da noção de texto. Anunciava-a na introdução dizendo que o texto é a mediação pela qual nos compreendemos a nós mesmos. Este quarto tema marca a entrada em cena da subjetividade do leitor. Prolonga esse caráter fundamental de todo discurso de ser dirigido a alguém. Todavia, diferentemente do diálogo, esse vis-à-vis não é dado na situação de discurso. Ousaria mesmo dizer que ele é criado, instaurado, instituído pela própria obra. Uma obra se (…)
-
Ricoeur (1977) – Reflexão hermenêutica sobre a crítica
22 de junho de 2023Gostaria agora de elaborar, sobre a crítica das ideologias, uma reflexão simétrica à precedente, que visaria a pôr à prova a reivindicação de universalidade da crítica das ideologias. Não espero que essa reflexão conduza a crítica das ideologias ao aprisco da hermenêutica, mas que comprove o intuito de Gadamer, segundo o qual as duas "universalidades" - a da hermenêutica e a da crítica das ideologias - interpenetram-se. Também poderíamos apresentar a questão nos termos de Habermas: em que (…)
-
Ricoeur (1977) – Reflexão critica sobre a hermenêutica
22 de junho de 2023Gostaria agora de elaborar minha reflexão pessoal sobre as pressuposições de ambas as concepções e abordar os problemas colocados desde minha Introdução. Esses problemas, afirmávamos, dizem respeito à significação do gesto filosófico mais fundamental. O gesto da hermenêutica é um gesto humilde de reconhecimento das condições históricas a que está submetida toda compreensão humana sob o regime da finitude. O da crítica das ideologias é um gesto altivo de desafio, dirigido contra as distorções (…)
-
Ricoeur (1977) – Crítica das Ideologias
22 de junho de 2023Os dois protagonistas da alternativa são: do lado hermenêutico, Hans-Georg Gadamer, do lado crítico, Jürgen Habermas.
O debate que o presente título evoca ultrapassa em muito os limites de uma discussão sobre o fundamento das ciências sociais. Ele coloca em jogo o que chamarei de gesto filosófico de base. Seria esse gesto o reconhecimento das condições históricas nas quais toda compreensão humana está submetida, sob o regime da finitude? Ou seria, em última instância, um gesto de desafio, (…) -
Ricoeur (1977) – W. Dilthey
22 de junho de 2023Dilthey se situa nessa encruzilhada crítica da hermenêutica, onde a amplitude do problema é percebida, muito embora permaneça colocada em termos do debate epistemológico característico de toda a época neokantiana.
A necessidade de incorporar o problema regional da interpretação dos textos no domínio mais amplo do conhecimento histórico impunha-se a um espírito preocupado em tomar consciência do grande êxito da cultura alemã no século XIX, a saber, a invenção da história como ciência de (…) -
Ricoeur (1977) – O discurso como obra
22 de junho de 2023Proponho três traços distintivos da noção de obra. Em primeiro lugar, uma obra é uma sequência mais longa que a frase, e que suscita um problema novo de compreensão, relativo à totalidade finita e fechada constituída pela obra enquanto tal. Em seguida, a obra é submetida a uma forma de codificação que se aplica à própria composição e faz com que o discurso seja um relato, um poema, um ensaio etc. É essa codificação que é conhecida pelo nome de gênero literário. Em outros termos, compete a (…)
-
Ricoeur (1977) – H. G. Gadamer
22 de junho de 2023Essa aporia torna-se o problema central da filosofia hermenêutica de Hans Georg Gadamer, em Wahrheit und Methode. O filósofo de Heidelberg se propõe expressamente a reavivar o debate das ciências do espírito a partir da ontologia heideggeriana e, mais precisamente, de sua inflexão nas últimas obras de poética filosófica. A experiência nuclear, em torno da qual se organiza toda a obra, e a partir da qual a hermenêutica erige sua reivindicação de universalidade, é a do escândalo provocado, na (…)