B. - Aplicações: 1) A carta do vidente: Depois da morte da vida grega, vida harmoniosa, teria havido, segundo Rimbaud, cinco grandes períodos literários, que não são de fato senão o reflexo poético de cinco "momentos" do devir, as cinco fases de uma dialética histórica (é evidentemente nós que atribuímos a cada categoria a vogal que lhe corresponde de fato).
[A] de Ênio a Teoduldo.
[E] De Teoduldo a Casimir Delavigne, onde tudo é prosa rimada, um jogo, afrouxamento e glória de (…)
Excertos de obras literárias, cênicas e gráficas, além de crítica literária, com foco no imaginal mitográfico, lendário e fantástico.
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Gengoux: A Grande Obra de Rimbaud (3)
10 de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
Gengoux: A Grande Obra de Rimbaud (2)
10 de julho, por Murilo Cardoso de CastroA. - 1) A estrutura: não se contam mais as fantasias brilhantes ou divertidas executadas sobre o tema do soneto chamado das Vogais. Etiemble, no número de abril-junho de 1939 da Revista de Literatura Comparada, enumerou as mais características.
Segundo nós, o soneto constitui o "breviário" da arte rimbaudiana e de sua mística, o resumo de um vasto sistema simbólico organizando sobre o esquema de uma vida humana - ou cósmica - concebida em cinco categorias, uma repartição lógica e (…) -
Chastel: Pico della Mirandola e O HEPTAPLUS (3)
10 de julho, por Murilo Cardoso de CastroIII A DOUTRINA DO « HEPTAPLUS »
A cosmogonia platônica é exposta no Timeu, a criação do mundo segundo o relato mosaico lê-se no primeiro capítulo do Gênesis. Desde dez séculos, os Padres gregos e santo Agostinho, depois os platônicos de Chartres no século XII, esforçaram-se por confrontar as duas obras e harmonizá-las o melhor possível. Não é mais a empresa de Pico; ele não faz um comentário literal ou mesmo alegórico do relato bíblico, e disso se defende expressamente; tem os meios de (…) -
Chastel: Pico della Mirandola e O HEPTAPLUS (2)
10 de julho, por Murilo Cardoso de CastroII Pico em 1488
Quando, na primavera de 1488, Carlos VIII devolve a liberdade ao prisioneiro da Sorbonne e o entrega à proteção de Lourenço de Médici, solicitando do papa uma graça que tardará a vir, Pico tem vinte e cinco anos. Está no meio de sua carreira, ainda tem seis anos de vida. Seu período feliz passou: o afresco de Cosimo Rosselli em Santo Ambrósio de Florença que o representava em 1486, com sua nobre cabeça loira, seu olhar perdido na contemplação, é o último testemunho de sua (…) -
Mérigot (Hermès) – Rabelais e a alquimia (5)
10 de julho, por Murilo Cardoso de CastroEm tudo isso, olhamos sobretudo, por assim dizer, de fora a obra rabelaisiana; é hora, para tentar concluir, de penetrá-la e nos entregarmos mais a ela. É o conjunto de uma Ilíada e de uma Odisseia burlescas, entre as quais as discussões filosóficas do Tiers Livre estabelecem um elo de aparência frágil. A inspiração, qualquer que seja a hipótese que se faça sobre o sentido oculto da obra, é popular, bastante conforme nisso ao "gênero" franciscano, e em todo caso nitidamente anticavaleiresca: (…)
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Mérigot (Hermès) – Rabelais e a alquimia (4)
10 de julho, por Murilo Cardoso de CastroPor outro lado, ele põe em cena duas vezes, e muito amplamente, um sectário da filosofia alquímica, o que chamaríamos hoje de um ocultista. Ele zomba dele com uma violência súbita, que não é frequente nele. O personagem foi identificado com uma certeza quase completa: trata-se de Henri-Cornelius Agrippa de Nettesheim. Nascido em Colônia, em 1486, médico e cabalista, discípulo do abade Tritêmio, exerceu sua arte, de maneira bastante charlatanesca, em muitas cidades da França e da Alemanha, (…)
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Mérigot (Hermès) – Rabelais e a alquimia (3)
10 de julho, por Murilo Cardoso de CastroRabelais interessou-se pela alquimia. Teria sido bem surpreendente que fosse de outro modo. Poucos assuntos lhe permaneceram estranhos. Mas, além disso, a alquimia encerrava então todo o conhecimento dos minerais, tudo o que se tornou, evoluindo, a ciência química. Fazia parte da bagagem habitual do homem instruído, mais ainda se fosse médico, já que a terapêutica emprestava ao reino mineral bom número de suas drogas. Vemos Gargantua e seu preceptor que, quando o ar estava chuvoso, "iam ver (…)
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Mérigot (Hermès) – Rabelais e a alquimia (2)
10 de julho, por Murilo Cardoso de CastroPode-se a priori presumir que uma obra emana de uma tradição esotérica quando vários autores trabalharam nela, em datas por vezes muito diferentes, com um espírito manifestamente idêntico, embora com talentos literários diversos. Essa observação vale para Le Roman de la Rose, mas também pode ser aplicada ao Pantagruel, cujo quinto livro parece claramente ser em parte de outra mão, embora proceda da mesma tendência que os outros. Além disso, a divisão em cinco livros chama a atenção do leitor (…)
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Gengoux: A Grande Obra de Rimbaud (1)
10 de julho, por Murilo Cardoso de CastroOs platonizantes lembram do renovo que a introdução do ponto de vista dialético produziu na exegese do Banquete. Brochard, no início deste século, e, mais recentemente, com maestria incomparável, Robin, negavam que os discursos anteriores ao de Sócrates representassem o pensamento de Platão. Cada conviva exprimava, à sua maneira e num estilo particular, sua concepção pessoal do amor, concepção mais parcial ou mais "bela", que "verdadeira".
Esta descoberta, que precisava a atitude real do (…) -
Chastel: Pico della Mirandola e O HEPTAPLUS (1)
10 de julho, por Murilo Cardoso de CastroSe Giovanni Pico della Mirandola foi descrito por seus contemporâneos deslumbrados como o "príncipe dos filósofos", é porque trazia à especulação uma paixão excepcional, um entusiasmo provocado pela fascinação do mistério universal, cuja prova mais manifesta é talvez esse estranho Heptaplus, raramente estudado até agora, e que hoje está acessível numa edição prática e segura .
I - « O DISCURSO SOBRE A DIGNIDADE DO HOMEM » E A « APOLOGIA » (1486)
O único texto famoso de Pico, aquele que (…)
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